quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Jardim das Rosas em Caos


É noite e demônios estão aturdidos de sobriedade,
Deuses desejam suicídio na flor da morte, da noite...
Sonhos contidos em vinhos engarrafados.
Flores esquecidas em leitos adolescentes...
A infância é nossa aurora,
Amanhecemos então.
A glória se fará douda em nossos espíritos!
Sonhos pérfidos ou benéficos, é o prazer que urde o arrebol de nossas vidas.
Vamos Valsar Vermes!
Vamos Sonhar Crianças!






O sonho outra vez.
Outra vez à noite e o sonho.
As pessoas sonham em excesso...
A noite volta e é tudo claro como em um sonho.
A alma voa livre, tranqüila sonhando apenas.
Que venha a noite sempre de sonho repleta...
A morte quer tocar nossos corpos com a língua...
E o sonho nos distancia, incorpóreos, momentâneos.
O sem nexo de realidades difusas não se encolerizam ao confundir-se
A noite é confusa...
A solidão confunde noite e sonho.
As realidades amorfas...
O sonho se alternando...
O giro complexo das esferas prolixas que sonhar nos fazem...
É sonho outra vez, outra vez noite, sonho...
Onde agora as lágrimas de meu sol?
Somente o silêncio se repete...
O sonho se perde...
Um turbilhão de miríades oníricas...
Um tremor de lembranças...






Um canto fúnebre no ar, uma canção triste nos olhos...
Rumores de almas acompanham a bruma que envolve a lua;
No asfalto as negras ruas nuas, enfeitiçadas de belezas ébrias,
Perdidas no desencontrar-se dos espíritos...
Eu desejo um beijo do amor na boca doce de sangue da morte...
Minha pálida tez, meus lânguidos pulsos;
A alma a se recolher nos sonhos,
Os olhos a deitar mórbidas flores...
Hoje eu acordei-me dentro de um funeral,
Era o sétimo dia da morte de alguém em mim...





Tempestades das almas negras do sol infernal,
Cálices de luxúrias que fazem pecar os anjos,
A carne canta sua última harmonia,
E vamos todos morrer à graça de uma vida de espinhos!
Dores que sublimes convulsionam os olhos,
Deuses das palavras de fel,
O corpo deita seu último acorde a platéia tétrica do mundo.






Anjos góticos, absurdos e abissais...
Quem vai beijar meu doudo sol de fel?
Olhos que são fúrias verdes, abismos, absintos!
Nada mais há onde correm os rios da morte...
Suicídio de almas benévolas.
O sonho como catástrofe das realidades que oprimem almas simples,
Como flores e pecados...
Deuses!
Quantas mortes?






As luzes negras do vinho obscuro da alma tingem de pecado a carne,
E os anjos abandonados desejam capelas para poetizar seu próprio céu.






Fazer sonhar...
Criar flores azuis para o delírio dos olhos de outros...
Dispersar a magia, sorver o cálice transbordante...
O crepúsculo do silêncio em nos...
Ousando nossa concepção de céu...
Deliriar criando, transformando energias em nos...
A visão imaculada do interior humano...






A descoberta são os olhos fechados...
No escuro palavras geram estrelas.
No silencio absurdo, descoberta de estrelas...
O olho cego cria a forma.






A fada, dama...
A lágrima, lâmina...
A sede, seda...
A alma, ama...
A lama, alada...
A faca, navalha...
O vento, névoa...
A semente, erva...
A rosa, aérea...
A morte, poeta...
A violência, violácea...
As violetas, lilases...
Os olhos, cristais...
As mãos, crispadas...
Os pés, velozes...
Os lábios vorazes...
O seio, vítreo...
A face, espelhada...
O fogo, inferno...
O céu, nefasto...
A fuga, vertigem...
A virgem, fugaz...
O sono, disperso...
O despertar, sonoro...
O sonho, atravesso...
A travessia, deliro...
O delírio...






As cinzas ficam aqui, o vento as dispersará depois...
São sinos, melancolias...
Urros que ecoam em mim, ninguém os ouvirá...
Apenas um silencio de escadarias, após a angustiada descida de meu amor...
Um corrimão me fala à morte.
Essa igreja é uma maldição de anjos...
Dançam ninfas lá embaixo;
Poetas oram pelo altar...
A novena do vinho
O rosário do pecado
A liturgia dos malditos...
Agora os sacramentos da solidão. Que ABRAXAS nos abençoe...
Vamos viver pela morte de deuses! Crianças choram...
As lagrimas são contas do terço da loucura.
Venham filhos do sol, RIMBAUD estava certo, ele nos espera como irmãos!
Dancemos que logo a terra se desmorona, à taberna, à alcova!...
O vinho remediará nossa doentia estação...
Ninfas desejam fogo e nos possuímos o elemento para tal redenção.
Cruzes feitas em cinzas, o vento as dispersará depois...
A fogueira se alteia com imagens, ornamentos e tabernáculos...
Nossa igreja se incendeia, a orgia poética há de continuar!
Dancemos irmãos malditos, que nossa melancolia sejai sempre um DIABÓLICO FESTIM...






O sonho das flores.
O beijo dos anjos.
O olhar de toda lágrima...
A alma fala ao vento...
E o medo diz a faca:
Qual é a cor da pétala?
Qual é o bem das asas?
Responde a lâmina:
O amor de selvagens pelo vento...






Jardim de cinzas dispersas...
Cemitérios de anjos que velam...
Flores abertas à morte...
Sonhos permeando o caos...
Olhos em vivificas lagrimas.
Corações por palavras abertos.
Sete mil espáduas quebradas,
E corpos jazendo simbolicamente.
Almas por misérias beijadas,
Amores por anjos feridos,
Ardores pelas cruzes ceifados;
Crianças queimando verdades
Belezas entregues a hediondez,
É deus que tão sabiamente se perde de prazer.






Pelas esferas milagrosas da minha dor
Permeando o caos de meus olhos em silêncio
Desfaço-me da cruz sublime que mo castiga a alma
Para dançar livre no cemitério de meus sonhos;
Sabendo-me preso a carne como um animal selvagem...






Permeando o caos,
Estraçalhando os sentidos,
Abrindo com navalhas a carne da vida,
Almejo sangue...
Quero a dor das chagas de cristo,
Quero o sangue da menarca da virgem.
Hei de me masturbar com a beleza diabólica dos santos...
Pois sou eu quem vai verter, o veludo escarlate de vento esvoaçante...






Rosa amor purpúrea
Singela rubra flor,
Por que tão pálida reclinas,
Tua alva fronte neste sombrio licor?
Se as dementes estrelas,
Tão tísicas em seus asilos
Gritam aos platônicos céus noturnos
Que as enterneçam por uma noite sombria...
Que fazes pela manhã tão solenemente abatida?
Por onde vão esses olhos de lágrimas,
Lânguidos em cismares alheios?
Pois creio bela rosa flor,
Que o cálido rubor carmim de tua enferma face,
Não se entrega ao bulicíssio intrépido e absurdo no qual os homens devaneiam.






Tendo na alma a mórbida flor da agonia,
O poeta em vão busca repousar seu enfermo seio.
Nem mesmo o sono, companheiro de lordes e miseráveis,
Deita suas graças à mente conturbada daquele que vive por meio de sua
Triste arte...






Cabelos em fogo pelo chão
Olhos de vidros em pedaços
A boca do cão no céu
E o desejo dos anjos por uma puta...
Era o sonho de um jardim alado
Desejo de morder o corpo branco
E sangrar a ultima chaga do sexo,
Desejando o outro sem nexo da morte.
Disse sobre o caos e a fúria
Ouvi flores e sonhos
Abracei uma singela alma.
Estive como uma criança,
Rindo e chorando vinho,
Crendo amar uma noite.





O sonho das flores mórbidas
O desejo dos olhos turvos
O beijo sonhado em vinho
O toque da palavra pela alma
Eu sonhei o desejo
Eu brindei o perigo
Eu amei um erro
Eu beijei a flor
Mas o desenho era o sonho
O perigo era o vinho
O erro era o amor
E a flor em si continha o beijo






A lírica morte da alma
O turvo olhar do vinho
Um sublime toque suspenso
Um vago passo ébrio;
Um rosto em cacos partidos e...
A presença de um deus confuso
Desejando o sexo de um anjo
Mordendo a seda da volúpia....






Giram, ribombam e badalam os perpétuos sinos enferrujados da agonia humana...
Pobre e melancólico o cérebro estertora, retesa e estridula suas tênues cordas de razão.
A alma em manto de luz envolta, chora, canta e se lança desvairada, ao onde os sentimentos em brasa estalam a se arder de ironia do parco ser humano que somos...
Os olhos, embotados da amargura absurda de se viver, pranteiam até o inchaço próprio de nossos fatigados corações...
Sempre abandonados a sorte, que é alheia a dor que nos oprime, vivemos nos, seres líricos, da magnitude das flores que nos ornam, da majestosidade das harmonias que nos impressionam, do sublime prodígio das literaturas que nos consolam...
A ARTE, POIS QUE A VIDA NOS DESFAZ!

A O.F.J.






É na paz sepulcral de um cemitério
Que o poeta concebe seu sublime desejo de arte...
Por vezes de olhos tristes e sós,
É com a idéia da morte que busca um acalanto...
Em um antagonismo universal;
Pois é a eternidade o que aspiramos...
Sei que a morte nos será sempre conforto.
Porém que o legado de nossas lágrimas em versos fique a posteridade,
Pois que ninguém deseja mais a vida do que aquele que canta em versos,
Sorrindo ou, pranteando.




Quantos sonhos fazem do poeta a alma errante?
Perdem-se seus olhos em distâncias incomensuráveis.
O sol o castiga, o vento o ilude.
Qual estrela olha pelo poeta?
Qual anjo ébrio e descuidado guia seus imprecisos passos?
Todo poeta é uma ave,
Grasna sua voz em sons de tormenta ou em plenos tons suaves...





Os sonhos são orquídeas loucas
Profanados túmulos em que brotam flores lilases...
Há em minha entrega um rastro de sangue
Existem em meus poemas cacos sangrando de vidro
A poesia se revela abstrata.

Lupanar de Flores Frívolas

Não espere que a palma
Queime de febre
À fonte que fala
A voz que arde
Repele a alma
Para a poesia que fere





Vísceras suaves
Uma morte em doce
A ameaça cálida
E lábios líquidos,
Fin-de-siecle, Decadence,
Art-Noveau e libelos...






Uma ausência de horas
E a sofreguidão de lassos olhos
O corpo que espera, angústia,
De não ser
A teu lado agora...







Se aldergaçar flores utópicas
Esferas flertam
Um criança a espera do medo se quebra
E matizes de tristes cousas
Reproduzem tristes atmosferas







Auto-destruição-atmosférica-do-ser

Não se toca a alma em febre
Com cuidados espúrios
A voz que reverbera fere
Coágulos de sempre pútrido





Rompe a festa
E um levante de feras
Corta incendiária a cama que reverbera
Os próprios cacos se atropelam
E por entre paragens fantásticas
Miríades de deuses despertam






Com muito gosto
O que triste toca
Tange a alma
A flor que sangra
Em diadema de prata







Ânsia de flor
Cor de estrelas
Álcool e alma
Desejo na carne








Quem deseja na alma da flor o ósculo que para?
Fímbria, dolorosa, a lágrima nos olhos da estátua...
O que tange a flor que naufraga nos olhos da estátua?
Flor que nos olhos do amor naufraga...
Flor que tortura alma náufraga
Ostra de prata em nácar cinzelada...




Luz que sonho espera
Amor que agora nada
Dor que recende a cova
Frio que mora n’alma
Parte de amor que rosa água






Uma cicatriz
Azul e cinza
Reverbera...
O corte
Nebuloso branco
Estertora
A navalha
Pinga
Sangue
O estilete
Sangra
Deus
O amor no corte da cicatriz parte a alma vermelha
No sonho de cada seio algo deita
Abandono do que floresce
Beleza inaudita









Brincando
As horas se perdem
Alheias a qualquer melodia
No íntimo um sonho estiola
E eu profundamente em repouso
Esqueço as nuances em que me perco
Delicadezas para sentir...





Uma menina de algemas
Têm os olhos sangrando
Seus cabelos caem opacamente ondulados
O frio do aço envolve os pulsos frágeis,
Sente a côorte da despedida
Sorve silêncio como quem esconde versos
E no mutismo abandonado de sua agonia
Flerta com o prazer de rosas
De olhos fitos em estrelas quedas



Rosa e sal
Cor de sol na carne
Azul descompasso
Melancolia do tempo
Paisagem das eras em nuvem no céu.






Mais que singela
Sinuosa
Uma dor se insinua
Crepuscularmente
Doente em seu leito
A voz grassa
Tempestiva cinzelada
De algures em um só corpo...



Se rebelam estrelas
Reverberam cacos
Estonteante uma dama cambaleia
E meu amor sede a ansiedade
Em píncaros de decadência
Um vago torpor ondeia
E tenho os olhos lassos
Oscilo, pérola escura
Por sobre a calçada de lodo verde sibilante ao sol



Noite lenta
Cassa negra
O amor em silencio
Fita estrelas
Eu desapercebo formatos
Ondulo desesperadamente qualquer ridículo
E me entrego ímpeto
Voz em paz que morre alegria...



Cinzelada minha morte em voz recua
Traços que desconheço pendem
E eu oscilo a cada voz
Cordas fremem
Violino que se aldergaça
Pelo estertor de mim






As palavras são como unhas, farpas, cravos,
Cercas, sentido oculto incrustado na
Cinza da existência das cousas...









Para D. L. M.
A flor que teus lábios morna
Cálida, colhe minha alma com os olhos
E desejo tanto teu corpo mole
Que brancos teus membros arquejam
Ondulando levemente
Em um lençol de cobre....




Para D. L. M.
Te toca uma gota de mim a cada hora de noite
Em sono lento
As pálpebras jazem oníricas em uma paz que vela a
[ansiedade dos olhos
Teu corpo repousa
Branco de sensualidade amorfa
Respiras,
Meu desejo que concebe
Tua paz em minha noite

Cada elemento que o poro da derme desperta
Toca breve, a pele ferida
Branco braço cinzelado em carne fímbria
Cor de anjos em róseos sensuais
Frívolo Rococó que um desejo carmesim seduz







Terracota
Madeira
Marfim
Mármore branco
Alabastro
Ébano
Pérola
Nácar




Se afasta o sol
E soçobra a flor em leito nua
O dorso arqueja
E queimam-se costas
Torturadas ao ermo em desejo...







Amor que na alma leva
Flor que naufraga










São alegrias estivais o que espero
E em meigo prado repoisam sonhos de
Doce enlevo, Bem Amada que longe
Descanças, cultive estas bucólicas imagens
Em teu pranto, que desejo, semeie
Saudades onde jazem flores...






A beleza que toca de leve olhos que
Arquejam, o silêncio que pela
Distância sonda mistérios; e a alegria
De tecer com medo o receio de
Encontrar-se...







Foges, como quem buscas algo incerto
E cintilas como se descalças dançasses
Em pedras correndo alheia ao olhar,
Pobre que te cerca...








Alma na flor que te toca em breve...











Em palavras suspensas
A névoa da manhã transporta
Em um frio de cinza claro
O tênue azul quase aço
D’almas enlevadas...







Ária desta noite em ??????
Teu espetáculo é um despertar de melodias
[lúgubres
Um fremir de lábios lívidos
E a composição deste melancólico prelúdio
A agonia de vozes entrecortadas de triste
[impudor





Encanto que vem triste
Pernoitar de dolências
Esta agonia da chuva
Esta fria sinfonia de esperas








Clamor de vozes impudicas
Orquestrando ao baile dos corpos
Frívolo deslocar-se dos olhos
Que flertam incertos
Feitos luxuriosos
Enlanguescendo premissas
Luminosidades de desejo...





Sutil música que embala, flor dos
Sentimentos em alma naufraga
Sons que envolvem mágica, descida
Violenta à praia onde amor estala
Essa névoa de prisma em esfumato,
Multicolorindo a atmosfera vaga
Cadenciando em procela paisagem
Ártica...




Quanta inconstância rebela a alma
Em sua flor de jaspe exasperada;
Translúcida cristaliza vitral de ágata,
Desejo que tece carne melíflua em lábios...








Para D. L. M.
No dorso nu que dorme e repousa
Ondula pela pele loira
Um desejo de carne rósea,
E arqueja em sonho, o sexo,
Como dama esdrúxula
Em coorte virginal




Sensual vaga em que os corpos arquejam











Luxuriosos e sensuais sibilam os
Olhos, ornamentos de carinhos róseos e
Alvos...









Pálidos, lábios trêmulos arquejam,
Desejo e solidão...










Para João Pede Feijão
Corsários rebelados vieram flertar com
Minhas rosas... E eu abandonado em si,
Deixei que violetas sangrassem quaisquer
Símbolos, era anestesia, e minha fraqueza
Era louvada por mim.





Na flor de cada catedral
Uma rosácea cai incógnita










Por entre as flores que de náuseas
Oriundas
Um bosque de abetos e bétulas cintila








O que toca a saudade além de olhos incomensuráveis, de fantasias incompreendidas e um desejo de estar-se sempre ao lado?
A saudade toca fímbria, cada gota de tempo que o hálito repousa, há de esperar armas, espadas brancas e adegas, na castidade de corações psiquiátricos, no recôndito de adegas intactas...





Em minhas flores de noite
A orquestra sibila
Adágio molto









No silêncio que contempla tua voz reconfortada
Origem da fúria que inquieta na garganta a agonia










Para D. L. M.
Cisma minha linha em tua imagem
E abstrata, singular sua de rosto delinea
O contorno que labora equilíbrio
No semblante esquivo
Dourado que permeia...





De cinza a prata em estanho à nácar











De terracota à alabastro fímbria a porcelana esboroa








Voz que atravessa a distância sem embargo
De lágrimas; o que eu espero é pranto
De estrelas, e a promessa fictícia,
Da felicidade amor...








Em minhas asas de estanho
O cinzel de noites incólumes
Guirlandas de tecidos languescentes
E este desejo de carne branca ondulando em sonho
O espaço pelo qual te persigo
Em carícias
A alma frágil





Para D. L. M.
Revolta do corpo
Que arde e convulsiona
Dor da ausência do outro







Para D. L. M.
Música lenta a de teu amor
Nua, tua voz sussurra
Pálido teu arquejo
Gozo o mole doce dos teus lábios,
Amor





Para D. L. M.
Dança, a mágica do teu corpo
Sobre esta carne frágil
Em alegoria de serpente que se arrasta
A força de cada movimento brusco
Contrai no ar o espaço que ocupa
E se lança, febril e despudorada
Ao gozo que almeja, a lassidão que espera



Para D. L. M.
Iremos as flores colher poeira
Vaguearemos em homenagem a algum desconhecido
E torturados de prazer benevolente
Nos fitaremos com calma
Aguardando amor





Para D. L. M.
Se em teus sonhos
– Jaz onírica –
Minha forma enquanto belo
Passeia teu ser uma cor
Sibila ante olhos meus
Cai indelével, caco coração...



Sondas com teu passo em arco o fraco de teus loiros
[poros










O que comove a flor de cada toque,
Não é o que corrompe, seduz, o artificialismo
Uma singeleza baila oscilando
E o amor é uma verdade que corações não tocam








Deixar que as cousas se façam ao seu tempo
E entreter de vícios
A beleza da existência...









Para Déborah Luíza Moreira
Não é a tua voz um passo
A cada mover-se de teus lábios
Em degraus de uma escada de alabastro?...